O dia amanheceu cinza, mas isso pouco importava.
Era o casamento da minha amiga. Amiga mesmo. Não porque é bonito chamar uma pessoa de amiga, mas simplesmente porque ela É minha amiga. De todas as horas.
Aprendi a amar essa pequena tal qual se ama uma irmã e assim eu passei o dia... me preparando para o casamento da minha irmã do meio.
Acordei e passei um sms pra ela:
“Booom dia! Chegou o grande dia do ano! Fique tranqüila que já desenhei um sol bem grande no quintal! Curta bastante seu dia de noiva que vou começar agora a curtir o meu dia de madrinha...”
Fui pro salão, fui pegar roupa de pimpolho, comprar assessórios pra cabelo, brincos pra minha mãe antes de ir pra casa esperar minha maquiadora e então ela me liga... “Barbie, faz um favor pra mim? Sabe aquele etiqueta? Não recebi... Imprime para mim...”
Com a voz mais tranqüila que uma noiva pode ter... como se naquele momento ela já não devesse estar de pernas para o ar curtindo seus momentos de diva... enfim... eu podia também ouvir ao fundo a voz agitada da Petinha, a madrinha de uva, que a acompanharia no seu dia de princesa.
Tudo que consegui pensar foi: “A fórmula de florais realmente surtiu efeito!” pois quem conhece a Jacque sabe que ela deveria estar ansiosíssima... e não estava...
Às 19:20 cheguei no salão. “Posso ver a noiva?” perguntei, mas o organizador não deixou. :(
Ei! Ele deveria saber que ela é minha irmã...
Mas aí achei a Vanessa, que conhecia o esconderijo da noiva e me levou até lá (me senti a fora da lei e guardiã de um segredo... rs). Na suíte reservada, além da noiva, tinham vááárias pessoas... maquiadora, assistente, fotógrafo, irmão da noiva, cunhada, madrinhas, acompanhantes, Davi e Oliver dormindo, Lucinha pintando o 7, enfim... não sei bem se isso contribuiu contra ou a favor, o fato é que eu achei a noiva tensa... o que não deixava de ser normal uma vez que a cerimônia começaria dali a pouquinho. Mas era uma tensão desconhecida para mim. E eu não gostei...
Voltei para o salão e encontrei a Sheila (a dama adulta), e como eu sabia que a presença dela deixaria a noiva muito mais feliz, a catei pelos braços e a levei ao esconderijo. Jacque entregou a ela o terço de sua mãe, que ela deveria levar nas mãos ao atravessar o altar. Eita responsabilidade! Sheila tremia mais que vara verde, bem sabendo o significado que aquele terço tinha para a Jacque.
Deusa, a maquiadora, ao perceber os nervos à flor da pele fez uma prece incrível... e dentre tantas coisas lindas que disse a que me tocou profundamente foi: “Quem tem um amigo tem um tesouro.”
Juntos rezamos o Pai Nosso e parece que a partir dali o clima ficou mais leve.
Madrinhas a postos - a cerimônia ia começar. Não na parte externa do salão, como seria no plano real, mas na parte interna. Por conta da chuva que ameaçava cair, a organização achou melhor transferir tudo.
Entramos ao som de Velha Infância (Tribalistas) e ali começou o chororô. O nosso. Meu, da Rosana e da Petinha. Madrinhas do lado da noiva. Ela não poderia escolher música melhor (ou pior, se a intenção era acabar com a nossa maquiagem! rs).
Dali a pouco aponta ela, linda, diva, poderosa... Peito estufado e concentração para segurar firme o buquê, que também estava lindo.
Lá do altar a gente podia ver a força que ela fazia para conter o choro. E força alguma evitou que isso acontecesse. Mas era um choro feliz, e isso bastava. E como a Deusa (a maquiadora) é uma fera, ela poderia chorar rios e a maquiagem continuaria perfeita! Então... foi um choro muito bem vindo!
Depois ela conta as músicas que fizeram parte de todo o cerimonial, tá? Eu lembro de algumas, mas não sei exatamente a ordem...
Mas essa aqui eu lembro direitinho, e foi assim...
Eu vi todas as damas entrarem, e em determinado momento me perguntei: “Quem vai trazer as alianças? A Lucinha vai voltar lá fora pra entrar de novo?”
E então apontou lá na porta o Oliver, 18 dias, no colo de sua mãe Fabiane, que também chorava.
Menina levada! Fez TODOS chorarem emocionados. Platéia, altar, todos! E ela rindo!
Surpresa maravilhosa que ela fez! Quem poderia imaginar que ela convidaria seu pequeno príncipe para levar suas alianças? Eu só conseguia visualizar um anjo entrando... de smoking e tudo! :)
Ah sim! Dessa música também lembro, Menino Deus (Caetano Veloso).
A cerimônia foi rápida e realizada com maestria pelo Padre Taecil, membro da Igreja Católica Ortodoxa.
Por fim, todos os padrinhos jogaram pétalas de rosas nos noivos e os cumprimentaram. Chegou minha vez... O que eu poderia falar para a minha amiga? Muito e nada. Era tanto a falar mas quem disse que eu conseguia transcrever? E em tão pouco tempo? Então eu a abracei. Bem forte. E só.
Minha amiga saiu feliz do altar. Casada. E como disse um dos nossos meninos: Dri, Alexandre ou Renato – “E o mundo nem acabou!” (piada interna - rsrsrsrs)
E as fotos... bem... as primeiras fotos (e únicas) que postei mostram exatamente os momentos que acabei de relatar.
Volto depois para falar da festa. Prometo. E para postar novas fotos.
Barbie, a madrinha de vermelho.